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A mostrar mensagens de fevereiro, 2008

Monólogos com Nadi

a) Hoje vesti uma saia e não me senti bonita. Olhei para o espelho e não vi ninguém. Tentei procurar o quer que fosse mas do outro lado se instaurou um grande nada. Ninguém. Estava sozinha e mal vestida. Fui ao quarto e troquei tudo, mas essencialmente, troquei de roupa. b) Nadi, acho que o mundo está doente. Sofre de males incuráveis de amores crónicos. Até entendo que as gentes de hoje sinta a necessidade gulosa de comprar e jogar fora, como embalagens de plástico, o que se vende e brilha em montras e espaços fluorescentes. Não me tinha apercebido é de que o amor também estava em saldos. Corrige-me se estiver errada, não era pressuposto ser um bem de afeição perpétua? E, no entanto, o mundo diz-se carente, com falta de ternura e afecto. Pelo menos, é aquilo que qualquer gente, como quem me cruze na rua, prega a quem queira ouvir. Onde é que eles falham Nadi? Porquê esse tédio? Essa constante troca. Esse “não-se-dar-ao-trabalho” e tratam o amor como de uma capote gasta. Repara que a