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A mostrar mensagens de fevereiro, 2019

Suicídio fingido II

Durmo e não durmo  Vejo e vejo escuro. Sinto ou dessinto-me É mais vazio e desfasamento de mim própria como areia a deslizar entre dedos finos da cachopa que já fui e muitas das vezes já esquecida. Gostava como criança perceber donde vem. Para que possa corrigir esta errata  que faz de mim pessoa. Esta noite sonhei com gatinhos mortos a decompor-se num jardim arranjado. Noutra parte o cão que sempre quis e um momento, a realidade dá um estalo ao meu cérebro  Noto-lhe na parte traseira da sua perna  que lhe falta o lombo, cortado de fresco. Eu queixei, gritei, implorei ajuda.  Mas somente acordei no meu proprio vomito E foi difícil voltar adormecer. E é verdade. Durmo de mais ou não durmo de todo. Na minha cabeça consigo fazer tudo mas o meu corpo recusa-se. Sendo assim deixo-me vencer. Deixo andar. Planeio o meu funeral. Os details. Não o meu caixão mas como deixar o meu mealheiro a quem de bem tenho no meu peito. Faço notas e listas de cabeça para mais t

Suicídio fingido I

A verdade é que o pensamento de fechar os meus olhos para o nunca mais Tornou-se numa doce obsessão Compulsiva É claro que após esses segundo iluminou-se toda a logística. Como fazer para não responsabilizar o corpo morto encontrado na banheira de pulso aberto, Ou sera a boca babada envenenamento de medicação prescrita. Os ruídos de tais pensamentos dão comigo em doida e qualquer tarefa minimalista assemelha-se  as olimpiadas. Existe ainda a crença que naquele fim de dia devia ter partido sem deixar rasto Sem deixar "mas porquê?" e os demais lamentos. MAs a ideia de limpar toda esta dor é tão tentadora como doce. Limpar-me do corpo e da pele. Da idade e da face. Será parvoíce dizer que esta fantasia não anula o facto sem demasia de querer novamente ser parte da multidão e voltar a rir sem demasia nem razão.

Onde está o interruptor?

Desliga se faz favor. Não é a luz nem o aquecedor. Só desliga se faz favor. Sei quem sou, mas nao sei o que quero. O que me faria feliz. Onde quero o meu corpo estar Não sei onde é minha casa, onde posso chamar lar. Eu perdi tudo, e não sei quando. É repetitivo e aborrecido. Por isso por favor desliga tudo, Porque não sei onde está o interruptor.

Demais

As vezes sinto-me e não me sinto As vezes acho que me sinto de mais. Como se as minhas próprias palavras me fossem proibidas, só por pensar demais. Não se passa na minha mente nem na alma reclusa, somente no peito algo grande e preso numa cavidade que não é do seu tamanho. Talvez seja eu que não sou eu. Doi-me constantemente sem ser fisicamente. Às vezes são palavras a mais. Ideias a mais. Sonhos a mais. Tudo demais. Tenho saudades dos anos em nada fazia mas tudo podia. Fiquei meramente com anos por viver e grandes hipóteses de tudo perder. Tento-me calar. Ser mais eu e menos em demasia Eu oiço cada palavra. Cada corte na pele, no tecido, na veia. As vezes acho-me forte e sabida. Outras sinto-me mais pequena que criança e de novo em castigo Não quero estar no meu canto. Não quero estar sozinha. Mas não é irônico quando a mim eu sou a melhor companhia? Levo a minha mente, a alma guardada em solidão no peito apertado perto dos pulmões desgastad