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Suicídio fingido I

A verdade é que o pensamento
de fechar os meus olhos para o nunca mais
Tornou-se numa doce obsessão Compulsiva
É claro que após esses segundo iluminou-se toda a logística.

Como fazer para não responsabilizar o corpo morto
encontrado na banheira de pulso aberto,
Ou sera a boca babada envenenamento de medicação prescrita.

Os ruídos de tais pensamentos dão comigo em doida
e qualquer tarefa minimalista assemelha-se 
as olimpiadas.

Existe ainda a crença que naquele fim de dia
devia ter partido sem deixar rasto
Sem deixar "mas porquê?" e os demais lamentos.

MAs a ideia de limpar toda esta dor é tão tentadora como doce.
Limpar-me do corpo e da pele. Da idade e da face.

Será parvoíce dizer que esta fantasia não anula o facto
sem demasia de querer novamente ser parte da multidão
e voltar a rir sem demasia nem razão.

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