As vezes sinto-me e não me sinto
As vezes acho que me sinto de mais.
Como se as minhas próprias palavras me fossem proibidas,
só por pensar demais. Não se passa na minha mente nem na alma
reclusa, somente no peito algo grande e preso numa cavidade que não é do seu tamanho.
Talvez seja eu que não sou eu. Doi-me constantemente sem ser fisicamente.
Às vezes são palavras a mais. Ideias a mais.
Sonhos a mais. Tudo demais. Tenho saudades
dos anos em nada fazia mas tudo podia.
Fiquei meramente com anos por viver e grandes hipóteses de tudo perder.
Tento-me calar.
Ser mais eu e menos em demasia
Eu oiço cada palavra. Cada corte na pele, no tecido, na veia.
As vezes acho-me forte e sabida. Outras sinto-me mais pequena que criança e de novo
em castigo
Não quero estar no meu canto. Não quero estar sozinha.
Mas não é irônico quando a mim eu sou a melhor companhia?
Levo a minha mente, a alma
guardada em solidão no peito apertado
perto dos pulmões desgastados.
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