Recordas-te da primeira palavra, palavra que ouviste?Do primeiro sabor, o sabor que sentiste?Da última expressão que usaste? A expressão, as rugas que engelhaste? E no entanto, lembraste de muitas coisas no meio. Do meio de muitas coisas. Daquele vestido que viste, do beijo que provocaste, aquele momento, do além lugar, onde estiveste e do pouco fizeste? Do meio. O meio parece ser importante. Sublinhaste. Marcaste. Parece ser o lugar e acção onde te encontraste com mais frequência. Faz sentido. O meio… Diz-se: «No meio está a virtude.» Porque a primeira vez nunca é tão especial quanto à expectativa e o último desejamos que não tivesse acontecido…, amargo o final, não é? Ou triste. Vazio provavelmente. No meio faz sentido. No meio não pensamos quando começa nem quando será o derradeiro ponto final. O meio. O termo. A palavra. No meio está o esquecimento. Da primeira palavra e da última que não tardará. Talvez no meio esteja a real felicidade. Conformismo.
Não entristeças esse olhar manhoso de crocodilo velho Estou ocupada a limpar as manchas de: Azul-lilás, verde-azul limão com grenã e outra da minha mão paleta. E, assim, sou feliz Com cheiro a àgua rás.
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