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Apartamento

Teu contacto sem peruca nem truque
Sem silicone nem outros afins
Apartamento da frase, da palavra, da letra
Apartamento de presença da cachaça cerebral
Do ópio, do ócio, da óbice no paleio
De imprecisão ou não

[Dás-me um cigarro dos teus?]
Sem cacha, manha ou trama
Estar aqui somente ao degelo
de nada dizer, fazer
somente com comer teu estar cá
e beber outra garrafa de ‘gin’ delinquente

[E lume já agora…]
Sentir, ser e depois coser
O mundo em retalhos
na epiderme descalça dos pés ermíssimos

Fumar num bafo teu hálito
Colando a boca no silêncio e no omisso
Moscando-se o apartamento no delito.

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18/100 – Soneto

Dedicado a João Horta, ps: as flores não se comem.. De dia nem existem assobios Rua quieta com gente inexistente Entre uma esquina e avenida sente-se diferente Ligeiramente nitroglicerina, sem boca, sem olhos Seu nome não está escrito em parte alguma O corpo, este, desencaixa-se dos hábitos É um autocolante da cidade dos danificados Talvez pertença aonde o seu regaço não se consuma É turista na terra de ninguém É dama-viagem, Dama-sem-vintém Dama de romance, do poema mas Dama sem miséria Sua vontade de faminta, é outra E se ela cola-se nos teus braços agora É porque também não a mandaste embora.

Suicídio fingido I

A verdade é que o pensamento de fechar os meus olhos para o nunca mais Tornou-se numa doce obsessão Compulsiva É claro que após esses segundo iluminou-se toda a logística. Como fazer para não responsabilizar o corpo morto encontrado na banheira de pulso aberto, Ou sera a boca babada envenenamento de medicação prescrita. Os ruídos de tais pensamentos dão comigo em doida e qualquer tarefa minimalista assemelha-se  as olimpiadas. Existe ainda a crença que naquele fim de dia devia ter partido sem deixar rasto Sem deixar "mas porquê?" e os demais lamentos. MAs a ideia de limpar toda esta dor é tão tentadora como doce. Limpar-me do corpo e da pele. Da idade e da face. Será parvoíce dizer que esta fantasia não anula o facto sem demasia de querer novamente ser parte da multidão e voltar a rir sem demasia nem razão.