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Curta Poética

Ela encontrava-se casualmente achada
num bairro/avenida igual a tantos outros idéns.
Por mais que não soubesse o regresso
procurava um qualquer brilho de um déjà-vu em cada um
…as expressões, feições - de cada trato
eram-lhe familiares e dispersos

(como se de um sonho se tratasse)

Seguia caminho entre cada uma delas
por um fio invisível, transparente, ou seja:
mais como uma corrente.
Mas jamais nunca atrasava a hora de um prato
confeccionado nas suas engelhadas mãos.


[Depois ouvi dizer alguém
que ouvir histórias de outrem
justifica para que hajam tantas novelas em Ourém]

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