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Or

Não te cobiço mais
do que aquilo que te posso querer
Não aguardo confiscar jamais
esse teu burocrático desprezo
Por isso, seja eu o que for não desejas:

A pele esfolada, as carnes arrancadas por venerada dor
Ou cor hemoglobina despejada
de umas veias fracas que circulam neste cadáver
ou melhor: neste esqueleto que segreda o teu amor.

Comentários

de Pina disse…
Este comentário não é um comentário!
Alvaiázere, Buraca, Amadora, assim é que devia ser. Ou tens vergonha de morar em Alvaiázere? :)
Lara Reis disse…
não é uma questão de vergonha mas de prioridade... e consoante o que me lembrei...
Anónimo disse…
bem bem bem.... só não consigo entender porque razão poes os cadaveres a querer amar.
por mim julgo que a morte é efectivamente a falte de amor...
pelo que julgo que há gente que já morreu e não deu por isso
Lara Reis disse…
ai está... tocaste o ponto... "há gente que morreu e não deu por isso", as vezes pensas que amas e não... é um conformismo de um adjectivo... olha deste-me uma boa ideia ;)

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