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III jardineiros – vestidos de carvão axadrezado
Centrados no branco deste olho atento
Arrancam III sementes de bocado d'estrela
Confusa do qualquer nada que dizes, enquanto
Colado estás às III curvas do meu ouvido...

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Suicídio fingido II

Durmo e não durmo  Vejo e vejo escuro. Sinto ou dessinto-me É mais vazio e desfasamento de mim própria como areia a deslizar entre dedos finos da cachopa que já fui e muitas das vezes já esquecida. Gostava como criança perceber donde vem. Para que possa corrigir esta errata  que faz de mim pessoa. Esta noite sonhei com gatinhos mortos a decompor-se num jardim arranjado. Noutra parte o cão que sempre quis e um momento, a realidade dá um estalo ao meu cérebro  Noto-lhe na parte traseira da sua perna  que lhe falta o lombo, cortado de fresco. Eu queixei, gritei, implorei ajuda.  Mas somente acordei no meu proprio vomito E foi difícil voltar adormecer. E é verdade. Durmo de mais ou não durmo de todo. Na minha cabeça consigo fazer tudo mas o meu corpo recusa-se. Sendo assim deixo-me vencer. Deixo andar. Planeio o meu funeral. Os details. Não o meu caixão mas como deixar o meu mealheiro a quem de bem tenho no meu peito. Faço notas e list...

18/100 – Soneto

Dedicado a João Horta, ps: as flores não se comem.. De dia nem existem assobios Rua quieta com gente inexistente Entre uma esquina e avenida sente-se diferente Ligeiramente nitroglicerina, sem boca, sem olhos Seu nome não está escrito em parte alguma O corpo, este, desencaixa-se dos hábitos É um autocolante da cidade dos danificados Talvez pertença aonde o seu regaço não se consuma É turista na terra de ninguém É dama-viagem, Dama-sem-vintém Dama de romance, do poema mas Dama sem miséria Sua vontade de faminta, é outra E se ela cola-se nos teus braços agora É porque também não a mandaste embora.

Suicídio fingido I

A verdade é que o pensamento de fechar os meus olhos para o nunca mais Tornou-se numa doce obsessão Compulsiva É claro que após esses segundo iluminou-se toda a logística. Como fazer para não responsabilizar o corpo morto encontrado na banheira de pulso aberto, Ou sera a boca babada envenenamento de medicação prescrita. Os ruídos de tais pensamentos dão comigo em doida e qualquer tarefa minimalista assemelha-se  as olimpiadas. Existe ainda a crença que naquele fim de dia devia ter partido sem deixar rasto Sem deixar "mas porquê?" e os demais lamentos. MAs a ideia de limpar toda esta dor é tão tentadora como doce. Limpar-me do corpo e da pele. Da idade e da face. Será parvoíce dizer que esta fantasia não anula o facto sem demasia de querer novamente ser parte da multidão e voltar a rir sem demasia nem razão.