Sou eterna terra seca de Inverno, a terra/areia laranja a fugir para o castanho onde cada pedaço de flora deposita os seus restos mortais para me esconder. E se quando outra estação inovar e meus membros não enferrujar talvez tenha força de abrir a boca e dizer: amor.
Sei que as minhas mãos são feias e o seu toque é pueril. Brinco com barro e parto pratos de porcelana. Sei que não sei andar, nem tão pouco encaixa a minha casca nos teus braços. A minha alma é farpada e gatinho até ao ninho porque não sei saber se diante ti, belo amigo, se os meus olhos por vezes ausentes enterram a minha boca de te dizer cada rotação do meu coração porque não sei saber que se reinvento cada noite contigo. E se ao contar os meus segredos contidos, não sei saber se te mato de tanto amor ou de um simples susto.
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