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O mesmo banco e o mesmo estado de espírito. Hoje sai de casa e ao descer as escadas do meu prédio senti o teu cheiro, mesmo sabendo que só vieste uma vez, e provavelmente, não voltas. Não posso afirmar que tenha saudades tuas. Somente desse dia em que éramos felizes. Tu agora já não me dizes coisas bonitas nem me olhas da mesma forma ou pronuncias coisas como: - «Cheiras bem.»
As vezes fixo-te quando estas distraído a espera que me devolvas o olhar mas ao invés disso perguntas: - Porquê essa cara séria?
Descobri então, hoje, que tenho mais falta de ti quando estás perto do que quando estás a milhas de distância.

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18/100 – Soneto

Dedicado a João Horta, ps: as flores não se comem.. De dia nem existem assobios Rua quieta com gente inexistente Entre uma esquina e avenida sente-se diferente Ligeiramente nitroglicerina, sem boca, sem olhos Seu nome não está escrito em parte alguma O corpo, este, desencaixa-se dos hábitos É um autocolante da cidade dos danificados Talvez pertença aonde o seu regaço não se consuma É turista na terra de ninguém É dama-viagem, Dama-sem-vintém Dama de romance, do poema mas Dama sem miséria Sua vontade de faminta, é outra E se ela cola-se nos teus braços agora É porque também não a mandaste embora.

Suicídio fingido I

A verdade é que o pensamento de fechar os meus olhos para o nunca mais Tornou-se numa doce obsessão Compulsiva É claro que após esses segundo iluminou-se toda a logística. Como fazer para não responsabilizar o corpo morto encontrado na banheira de pulso aberto, Ou sera a boca babada envenenamento de medicação prescrita. Os ruídos de tais pensamentos dão comigo em doida e qualquer tarefa minimalista assemelha-se  as olimpiadas. Existe ainda a crença que naquele fim de dia devia ter partido sem deixar rasto Sem deixar "mas porquê?" e os demais lamentos. MAs a ideia de limpar toda esta dor é tão tentadora como doce. Limpar-me do corpo e da pele. Da idade e da face. Será parvoíce dizer que esta fantasia não anula o facto sem demasia de querer novamente ser parte da multidão e voltar a rir sem demasia nem razão.