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9/100


Deram-me um livro com páginas brancas, um caderno de capa dura e negra onde com tamanha velocidade escrevi o teu nome - repetitivamente. Quando alguém foi ler, só encontrou o traço de uma paisagem de quem não sabe como chama mas de quem se vê em cada grão d’imagem.

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18/100 – Soneto

Dedicado a João Horta, ps: as flores não se comem.. De dia nem existem assobios Rua quieta com gente inexistente Entre uma esquina e avenida sente-se diferente Ligeiramente nitroglicerina, sem boca, sem olhos Seu nome não está escrito em parte alguma O corpo, este, desencaixa-se dos hábitos É um autocolante da cidade dos danificados Talvez pertença aonde o seu regaço não se consuma É turista na terra de ninguém É dama-viagem, Dama-sem-vintém Dama de romance, do poema mas Dama sem miséria Sua vontade de faminta, é outra E se ela cola-se nos teus braços agora É porque também não a mandaste embora.

Suicídio fingido I

A verdade é que o pensamento de fechar os meus olhos para o nunca mais Tornou-se numa doce obsessão Compulsiva É claro que após esses segundo iluminou-se toda a logística. Como fazer para não responsabilizar o corpo morto encontrado na banheira de pulso aberto, Ou sera a boca babada envenenamento de medicação prescrita. Os ruídos de tais pensamentos dão comigo em doida e qualquer tarefa minimalista assemelha-se  as olimpiadas. Existe ainda a crença que naquele fim de dia devia ter partido sem deixar rasto Sem deixar "mas porquê?" e os demais lamentos. MAs a ideia de limpar toda esta dor é tão tentadora como doce. Limpar-me do corpo e da pele. Da idade e da face. Será parvoíce dizer que esta fantasia não anula o facto sem demasia de querer novamente ser parte da multidão e voltar a rir sem demasia nem razão.