Durmo e não durmo Vejo e vejo escuro. Sinto ou dessinto-me É mais vazio e desfasamento de mim própria como areia a deslizar entre dedos finos da cachopa que já fui e muitas das vezes já esquecida. Gostava como criança perceber donde vem. Para que possa corrigir esta errata que faz de mim pessoa. Esta noite sonhei com gatinhos mortos a decompor-se num jardim arranjado. Noutra parte o cão que sempre quis e um momento, a realidade dá um estalo ao meu cérebro Noto-lhe na parte traseira da sua perna que lhe falta o lombo, cortado de fresco. Eu queixei, gritei, implorei ajuda. Mas somente acordei no meu proprio vomito E foi difícil voltar adormecer. E é verdade. Durmo de mais ou não durmo de todo. Na minha cabeça consigo fazer tudo mas o meu corpo recusa-se. Sendo assim deixo-me vencer. Deixo andar. Planeio o meu funeral. Os details. Não o meu caixão mas como deixar o meu mealheiro a quem de bem tenho no meu peito. Faço notas e list...
Como descrever o que sinto, o que vejo Se não sei o que concebo nem tão pouco o que espio E que experimento ou fito? Mas se tudo o que eu juízo e miro, Em palavras de desenho... apaladei-me de Verborreia.